TERAPIA DAS NOSSAS DIFERENÇAS

Monica T Maia

 

Estamos em terapia. Sempre.

Somos seres incompletos de nós mesmos. Ainda vivemos em um mundo de competições, conflitos, confrontos.

Ainda temos dificuldades gigantescas de ligar-nos uns aos outros, mesmo estando aprendendo que somos – e sempre seremos – diferentes uns dos outros.

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PODEROSA TERAPIA COM LINDAS PALAVRAS DE ‘TODA A GENTE’

Essa expressão lusitana é perfeita para definir “Rosa do Mundo – 2001 Poemas Para o Futuro”. O livro de 2 mil páginas traz 2001 poemas de autores de todo o planeta, desde os que viveram em civilizações remotas até os nascidos em 1945. E por quê conversar sobre ele 14 anos depois de seu lançamento? Porque é como se fosse inédito. É monumental, mas é pouquíssimo conhecido.

No primeiro post deste Blog falei sobre o ‘herói dos editores’, Manuel Hermínio Monteiro. Ele comandava a lisboeta Editora Assírio & Alvim e ganhava dinheiro publicando o que há de melhor na Literatura. Hermínio, como o chamávamos, conseguiu a façanha de publicar o maior compêndio mundial de poesia uns meses antes de virar uma estrela. Deixou-nos uma herança fantástica.

“Rosa do Mundo” é a poesia contando a história do mundo. Vocês conhecem o Mito da Criação do milenar grupo pastoral Fulani que habita o oeste da África? Nos tempos em que esse poema foi feito nem existiam fronteiras naquele continente. É o primeiro do livro: “No princípio existia uma enorme gota de leite./ Então chegou Doondari e criou a pedra./ A pedra criou o ferro;/E o ferro criou o fogo;/E o fogo criou a água;/E a água criou o ar./…”

“Rosa do Mundo” é uma corrente de poemas que, magicamente encadeados, traz alívio às angústias, às tristezas… De alguma forma, explica como e porque viemos parar aqui no meio da imensidão do Universo.

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“Há muitos e muitos milhares de anos, a poesia aproximou-se do homem e tão próximos ficaram, que ela se instalou no seu coração.” (Manuel Hermínio Monteiro)

A DISCIPLINA DA FELICIDADE

Redescobri-me nos estudos sobre terapia alquímica. Redescobri que, sim, disciplina é muito importante. Mas a Disciplina da Felicidade!
O meu corpo sabe exatamente o que é melhor para ele. Então, tenho que conversar com ele. Cada vez que sinto algum desconforto ou alguma dor paro imediatamente. É o corpo dando o alerta: “Tá forçando demais!” ou “Cansei!”
Minha relação com os exercícios físicos se modificou completamente. Ex-atleta, já cheguei a frequentar academia por mais de duas horas por dia. Jornalista workaholic, já fiquei anos sem dar uma simples caminhada. Foi uma vida toda de conflitos para manter a forma.
Tenho 1,61 e peso hoje 54 quilos. Já pesei 45. Assim como já pesei 61 quando parei de fumar.
Quem deu o start foi Bruno, meu filho, quando engordei: “Sabe mãe, antes você parecia um cadáver!” Umas ruguinhas tinham sido ‘preenchidas’ e ele viu que eu era bonita… Demos boas risadas nesse dia e senti um alívio tremendo.
Vou à academia hoje umas três vezes por semana. Mas sem neurose. Quando não estou nada a fim dou uma caminhada ou não vou mesmo para lugar algum. Sem arrependimentos porque tento manter um equilíbrio. Quando a preguiça dura mais de dois dias me olho no espelho e digo: “Olha a disciplina da felicidade!”. Como gosto de ficar bem – isso me faz feliz! – espano o diabinho do “deixa pra amanhã” e vou… A lei da gravidade é inexorável. E os florais alquímicos que tomo desde setembro de 2013 têm sido fundamentais para aprender a manter esse equilíbrio do corpo e da mente.
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O que há no mar e na terra há no corpo e no espírito.