DE JOELHOS, POR PARIS

Paris sangra. Paris chora. O mundo inteiro chora junto. No momento de uma dor desse tamanho, o medo aflora em todos os corações e, inevitavelmente, há comentários de revolta, de indignação, de raiva, de mágoa, há muita vontade de vingança. Mas, ao mesmo tempo, há milhões de comentários de solidariedade por essas pessoas que perderam a vida ou que, mesmo salvas fisicamente, vagam pelas ruas da capital francesa atordoadas, tentando entender o que aconteceu.

No momento em que o planeta foi rachado ao meio, faz muito tempo, as hostilidades se instalaram. E foram, com o avançar dos milênios, se tornando mais agudas. Para a manutenção do lucro e do poder nas mãos de alguns poucos, os povos foram incentivados a se odiarem. Ignorantes sobre a vida real, homens se tornaram máquinas de matar desconhecidos.

Quem é culpado? É sempre a primeira pergunta que fazem. Como se descobrir o autor direto modificasse algo de um destino que já se cumpriu. Não há como ressuscitar os mortos. Que a Justiça se cumpra, mas qualquer vingança só fará crescer ainda mais os ódios e os prováveis futuros atentados.

Paris foi num 13 de novembro. Nova York foi num 11 de setembro. Quatorze anos se passaram. Culpados individuais foram caçados e considerados punidos de uma maneira que, acreditavam, poria fim a esse tipo de tragédia. Caçaram meia dúzia de culpados, mas não depuseram as armas. Ocidente e Oriente continuaram se digladiando e se assassinando diariamente. As guerras por lucro – de petróleo, de armas, de poder puro e simples – continuaram como se as Torres Gêmeas e os seus mais de 3 mil cadáveres fossem ficção.

Paris sangra e sangramos juntos. Juntos, e sentindo uma tristeza infinda pela falta de tentativas verdadeiras de pôr um fim às fronteiras que separam as pessoas que habitam esse único planeta. Sentindo, no fundo da alma, a energia de milhões de seres que, anônimos nessa Terra de Deus, tentam enviar consolo e abraços com a força de suas mentes amorosas.

Paris chora e choramos juntos. Com uma vontade imensa de pôr no colo aquelas pessoas com olhares estáticos e desconsolados que vemos em dezenas de fotografias dos atentados. Sentimos desejo de estar lá, acolhendo-os. Sentimos desejo de que todo o desespero seja drenado e, com o virar das páginas da História, traga a compreensão.

A compreensão de que somos todos seres humanos. Feitos do mesmo sal e sentindo os mesmos medos. No Ocidente e no Oriente.

De joelhos, nesse momento, oramos por Paris e por todos nós!

PARIS

12 comentários sobre “DE JOELHOS, POR PARIS

    • Fernando, tem razão: 11 de setembro sim. E vamos continuar torcendo para que a compreensão se faça. Nenhuma dor é maior ou menor do que outra. Todas as dores doem, são aprendizados para, um dia, não precisarmos mais conviver com a dor… Bom domingo!

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  1. O medo é um dos piores sentimento da alma humana, isso para não dizer o pior… Através dele mais, de 7 bilhões de pessoas são controladas a viver neste planeta chamada terra… Todos os Sistemas conectados conseguem dominar mentes através do medo…

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    • Acho realmente que é o pior. O medo de morrer, o medo de viver, o medo de qualquer coisa… Ao mesmo tempo, há luzes tremendas vindas de várias direções, de muitas mentes amorosas, que mantêm a malha energética e ainda preservam a Terra. Vamos torcer para que isso cresça ainda mais…

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  2. Belíssimo texto !
    Uma pergunta de há muito está presente na minha mente : ” Para onde caninha essa Humanidade ? ”
    Infelizmente tudo indica que é para o fim , caso não nos unamos em orações , em compaixão , em solidariedade , em fé que DEUS ainda nos ama . Aliado a isso tudo ainda podemos mentalizar , sobre o Planeta e todos os seres humanos ,raios luminosos irradiando a Paz , o Amor , a Cura , a Proteção , a Sabedoria , a Harmonia , a Verdade , a Misericórdia , a Compaixão e a Liberdade .
    Só mesmo pedindo aos Céus clemência e oportunidade para aqueles cujos corações e mentes estão endurecidos e fechados à Luz e ao Amor Divino , sejam , de uma forma ou de outra , tocados pela Justiça , pela Misericórdia e o Amor Divino .

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